Muitos técnicos de alto nível se aposentam e se transformam em consultores. Muito justo, pois têm significativo conteúdo e respeitável experiência nas suas especialidades. A crise econômica tem provocado alta taxa de desemprego, fazendo com que muitas pessoas se aventurem neste mister. Esse pessoal, juntamente com os técnicos que já militam na consultoria, constitui no mercado um número alarmante de “consultores”. Esse improviso tem causado certo descrédito à atividade pela produção de resultados insatisfatórios por gente sem a competência comprovada.

 

Na área de gestão, já faz mais de 31 anos que iniciamos no País um movimento para a melhoria da qualidade e aumento da produtividade. Assim, os fundamentos são um conhecimento bastante difundido e há vários livros-textos disponíveis. Muitas empresas já alcançaram níveis elevados em maturidade em gestão, sendo, é claro, que a melhoria contínua deve ser perseguida, assim como a redução de custos. Porém, os problemas que se apresentam, diferença do nível atual para aquele desejado, são bastante exigentes.  Exigem comprovada competência analítica para encontrar as causas que podem propiciar as melhorias, vivência no ataque às causas e, sobretudo, perseverança. A atividade não é mais para amadores. Outra faceta que deve ser entendida é que os problemas são multidisciplinares, exigindo complementaridade, o trabalho de uma equipe de especialistas. Há no País instituições que podem prover esta expertise, entre as quais são citados o Instituto Aquila de Gestão e a FDG-Fundação de Desenvolvimento Gerencial, esta dedicada somente à gestão educacional.

 

A melhor maneira de selecionar uma empresa de consultoria é informar-se sobre os resultados que já foram obtidos por ela. Também são importantes a experiência da equipe em trabalhos no País e exterior e o tempo de vinculação dos seus técnicos.  Se há rotatividade, torna-se mais difícil o trabalho em equipe e a complementaridade. Outro item importante é a questão dos honorários: uma boa consultoria especifica valores compatíveis com os desafios, não transige e não dá descontos. Da minha experiência, o que mais contribui para o acerto na contratação de uma consultoria é a indicação no “pé-de-ouvido”. É muito comum um empresário sugerir uma consultoria que lhe prestou um bom trabalho a outro empresário que sabidamente precisa de melhorar os seus resultados.

 

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 206