Em recente palestra, o Ministro Henrique Meirelles discorreu sobre os logros de sua gestão, como redução da inflação para valor menor que centro da meta e da taxa de juros, a mais baixa desde 1986, a retomada do crescimento e da geração de empregos. Assinalou que as reformas já realizadas começam a produzir efeitos, como a trabalhista, facilitando a geração de empregos. Constato com satisfação a drástica diminuição das demandas. Até há pouco, era possível uma pessoa, sem custos e  quaisquer consequências, arrolar uma série de mentiras e  ajuizar demandas contra empregadores. A Justiça do Trabalho (JT), paternalista, tendo a maioria dos juízes o viés antipatronal, sempre dava guarida a tais pleitos.  Reconheço que a Terceirização veio  contribuir para a melhoria das relações trabalhistas: estabeleceu  um freio na desonestidade de pessoas que eram contratadas como autônomas, para realização de tarefas específicas, e depois, em desrespeito aos contratos, pediam vínculo empregatício. A JT, na maioria das vezes, amparava tais manobras.

 

O ministro ainda salientou que muito precisa ser feito, como a Reforma da Previdência, essencial para  a redução dos gastos do tesouro e também para a supressão de privilégios. Enumerou as possibilidades de privatizações. Torço para que aconteçam integralmente. É essencial para que seja diminuído o tamanho da máquina estatal,  reduzidas as brechas para a corrupção e  a negociata de cargos, além de o Estado não ser um “empresário “ competente.

 

Há motivos  para otimismo, não fossem fatores subalternos. O combate à corrupção deveria ser uma obsessão de todos;  é uma praga que apequena a Nação. No entanto, p. ex., o STF, guardião da Constituição, envereda-se para o ativismo judicial, sendo as ações de alguns ministros pautadas por comprometimentos político-partidários.  A Lava-Jato já sentenciou muita gente, mas o STF, até agora, ninguém. Há de tudo: juízes que prendem (1ª Instância) e ministro que solta (como o Direito não é uma ciência exata, encontra-se amparo para medidas de conveniência).  É um absurdo um ministro pedir  vistas  de um processo sobre o foro privilegiado, depois de 8×0 pela sua restrição. Absurdo maior poderá ser revisão da prisão de sentenciados em 2ª. Instância.

 

De resto, há o protagonismo  dos políticos. Num ano eleitoral, quais  políticos vão apoiar reformas e privatizações? É evidente que seus interesses falam mais alto. Para fazer médias com eleitores  desavisados, o País que se dane.

 

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 207