Em 2014, a McKinsey liderou um estudo sobre o Brasil intitulado “Visão 2030”, um dos mais completos sobre a nossa realidade. Estabeleceu que, a fim de atingir o patamar socioeconômico de um país mediano da Europa em 2030, como Portugal e Polônia, o País precisaria, entre outros desafios, crescer de forma consistente 5% ao ano, em média. A recente revisão do estudo mostrou que o Brasil, não só não evoluiu, como retrocedeu, aumentando ainda mais a lacuna em relação aos países citados. A renda per capita do brasileiro desabou 9% no período e ficamos mais pobres. Os indicadores como o teste do Pisa, a produtividade e a competitividade estão em declínio ou estagnados. Acresce-se a isto a péssima infraestrutura, degenerada ao longo do tempo (é um dos fatores preponderantes para alavancar o desenvolvimento). A insegurança física (62 mil assassinatos/ano), jurídica e política dificultam o investimento externo, fundamental, em vista de termos poupança insuficiente.
A revisão do estudo em questão é finalizada com a famosa frase de Albert Einstein: “É insanidade fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes.” De fato, não dá para perseverar nos erros cometidos. Apostamos em um suposto Estado provedor de bem-estar social, baseado em altos tributos para manter benefícios sociais e uma estrutura governamental pesada, ineficiente e corrupta. O resultado foi um forte déficit nas contas públicas nos últimos anos e aumento colossal da dívida pública de forma temerária, que dará enorme trabalho para ser equacionada.
A única saída para o Brasil é o crescimento econômico. Para tal, não temos dúvida de que é hora de ajustar as velas e aderir às práticas que deram certo mundialmente, de mais liberalismo econômico. Destravar o crescimento depende da sinalização consistente do ajuste das contas públicas, por meio de uma eficaz política fiscal, e do enxugamento do Estado (privatizações de forma responsável são necessárias). Depende também das reformas da previdência e trabalhista (desta vez, pra valer). Somente assim nos tornaremos novamente competitivos para o investimento estrangeiro, tão necessário para a evolução positiva da economia e para a geração de empregos e renda. Em suma, o Estado precisa ser menos um entrave ao crescimento e, sim, seu aliado. É imperioso também aplicar a gestão (da forma como tecnicamente é entendida) para melhoria dos resultados e combate aos desperdícios, principalmente nas áreas de educação, saúde e segurança. A hora é agora!
*Em colaboração Rodrigo Coelho de Godoy