Eu sempre pensei que uma pessoa, ao se candidatar, tinha em mente um projeto bem concebido para o País. Como há muitos partidos, com ideologias nem sempre bem definidas e viáveis, não partiria deles as diretrizes. Partiria da própria pessoa ou de inteligências privilegiadas que dariam suporte ao postulante ao cargo. Triste engano. Na maioria dos casos, os eleitos agiram ao sabor das emoções. Exceção feita a JK que explicitou o seu plano de metas. FHC teve o mérito de domar a inflação. Lula da Silva surfou no crescimento chinês, dele não se aproveitando para realizar algo digno de nota. Dilma Rousseff não apresentou qualquer projeto que pudesse ser classificado como resultante de um pensamento estruturado. Aliás, os governos petistas conduziram alguns projetos circunstanciais para dar vazão a seus anseios políticos. Salienta-se a iniciativa de trazer os pobres ao consumo, mas no final, por falta de consistência dos projetos, estes retornaram ao patamar inicial. Bem-sucedida, nos últimos 22 anos, foi a escalada gramscista, com o aval de governantes e participação de militantes . Os poderes , as universidades e as escolas públicas foram aparelhados. Nessa onda, a mídia, sociedades civis, até a igreja católica estão infiltrados. Ora, num regime comunista, são as cabeças dos religiosos as primeiras a rolar.
Agora, há um projeto consistente, idealizado por Paulo Guedes: contempla o equilíbrio fiscal, a diminuição do tamanho do Estado e o crescimento econômico. De saída, a aprovação da reforma da Previdência e do Projeto Anticrime daria estabilidade ao País e confiança aos investidores. A partir daí, seriam intensificadas a privatização de empresas estatais, concessões de estradas, portos, aeroportos, e vários outros penduricalhos. Haveria crescimento econômico, aumentando empregos e renda. Livre desta parafernália, poderia o governo cuidar de assuntos prioritários, como educação, saúde, segurança, de responsabilidade do Estado. O Projeto, que ainda inclui outras reformas, faz sentido. Mas aí entra o protagonismo dos políticos que querem aparecer, v.g., os presidentes da Câmara e do Senado. Também congressistas em busca de recompensas por apoios, a velha política. Fala-se da falta de articulação do governo. Que articulação? Negociações financeiras de apoios? As primeiras propostas foram apresentadas, analisem e votem, patrioticamente. Foram eleitos e são pagos pelos contribuintes, cumpram o seu dever. Para complicar, tumultuam os Petistas. Estiveram no poder e deixaram o País à beira do abismo. Fomentam o caos para supostamente retornar ao poder. Que projeto novo teriam para o Brasil?
PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 221