Se perguntarmos a uma pessoa que não domine conceitos básicos de gestão, certamente ela dirá que é muito difícil melhorar os resultados da educação porque existem muitos problemas. Errado! Problemas são maus resultados da atividade fim e, na educação, é a aprendizagem. Assim, temos, de fato, três problemas: evasão, repetência e baixo desempenho da grande maioria dos alunos aprovados, que o fazem com a nota mínima. Todavia, se perguntarmos se existem muitos fatores que acarretam os problemas, os maus resultados, e a pessoa responder que são inúmeros a resposta estará correta. De fato, os fatores são numerosos e os classificamos como causas dos maus resultados. Mas isso não nos impossibilita de trabalhar para melhorar os resultados. Felizmente, há o Princípio de Pareto que nos diz que são poucas causas importantes e muitas triviais. É o Princípio 80×20, ou seja, as poucas causas importantes respondem por 80% dos problemas.
Na implementação da GIDE AVANÇADA em 11 Estados, durante 22 anos, a FDG-Fundação de Desenvolvimento Gerencial constatou que as causas mais importantes que impedem a melhoria dos resultados da educação, principalmente pública, são recorrentes. Independentemente da região, 70% das causas são responsáveis pelos problemas. Em vista dessa constatação, foi desenvolvido o IFC/RS- Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social, um indicador que viabiliza um diagnóstico rápido do desempenho de determinada escola, que aponta as causas principais
responsáveis pelos maus resultados. A partir daí, formula-se um Plano de Ação para o ataque às causas. Se o Plano for conduzido de forma sistemática e perseverante, as melhorias virão, sem sombra de dúvida. Essa assertiva é corroborada pelos importantes resultados colhidos na trajetória de aplicação da GIDE, conforme dito antes.
Deve-se ressaltar que, no atual estágio de nossas escolas, estamos atacando as causas mais elementares, que, todavia, proporcionam substanciais melhoria dos resultados. É claro que, para alcançarmos níveis internacionais, medidos pela régua do PISA, p.ex., teremos que atacar causas estruturais, cuja eliminação vai exigir intervenções mais profundas no sistema. É preciso lembrar que no ano 2000 estávamos na 30ª. posição no teste do PISA; hoje , estamos na 65ª. É claro que estamos evoluindo no País, mas o mundo está evoluindo mais rapidamente.
Há luz no fim do túnel. Com a pandemia, fizemos intervenções importantes. A FDG divulgou 8 webinares, apresentando ferramentas tecnológicas para dirigentes e docentes do País. São ferramentas para produção de conteúdos e sua divulgação. Os docentes mineiros abraçaram com vigor as novas tecnologias, produziram aulas, interagiram com alunos e suas famílias, com muita dedicação e entusiasmo. Isso contribuiu para que Minas Gerais enfrentasse, com excelentes resultados, o desafio do ensino remoto. Quando voltar à normalidade, pós pandemia, haverá outra realidade, pois essas ferramentas serão utilizadas de forma mais intensa para viabilizar a melhoria do desempenho escolar. Na realidade, começou-se a exercitar em pequena escala o que se denomina educação 4.0. Há boas perspectivas no horizonte.