Há alguns anos, tomei conhecimento de um estudo realizado por uma consultoria israelense que assistia empresas em assuntos ligados à segurança. Apoiada em pesquisas confiáveis, a consultoria classificava os empregados de uma empresa em três grupos: 8% eram pessoas honestas, confiáveis, que não transgrediam em hipótese alguma; 8%, constituídos de pessoas deletérias, não confiáveis, desagregadoras, sempre prontas a burlar os padrões. Deveriam ser desligadas da organização; 84% poderiam pender para o extremo das pessoas não confiáveis, se a vigilância não fosse eficaz e a liderança não confiável. Segundo o estudo, os percentuais são válidos para qualquer continente, país e raça.
A minha experiência de vida por três anos na Noruega indicava o contrário, pois nunca aparentemente notei desvios comportamentais significativos das pessoas. Deve ter sido o avanço social e a conscientização do povo, os cuidados do Estado, numa tal intensidade que previne transgressões às normas de convivência. Na época, questionei o estudo quanto ao tão elevado percentual de pessoas classificadas como deletérias e não confiáveis. Hoje, fazendo um retrospecto da minha atuação em várias organizações, eu o endosso e constato que trabalhei com muita gente não condizente com padrões recomendáveis e aceitáveis.
É preciso uma supervisão preventiva, constante e diligente. Recentemente, ouvi a pregação sobre o “bom pastor”, que dá a vida por suas ovelhas. Se uma ovelha tiver um surto e começar a correr em direção a um abismo, as outras podem naturalmente seguir essa líder e precipitar-se também no abismo. O pastor tem que ficar atento e coibir lideranças que coloquem em risco o grupo.
A raiz de tudo é a sedução que o mal exerce sobre os fracos. O pecado vem embrulhado num pacote atraente; há aqueles que caem no engodo, tornando-se pecadores inveterados. Santa Faustina Kowalska, numa das aparições de Jesus, disse-lhe: por que o Senhor não pune esses pecadores?. O divino Mestre respondeu: Faustina, minha filha, tenho toda eternidade para praticar a justiça, mas agora é o TEMPO DA MISERICÓRDIA. Então, neste tempo, ainda temos esperança, convertamo-nos.
Artigo publicado na revista Viver Brasil – edição 253