Se houvesse concórdia (significa: com o coração) no enfrentamento do coronavírus, as posturas e ações teriam sido diferentes. Desde o começo, a pandemia foi usada politicamente. Como o vírus chegou ao Brasil depois de muitas vítimas em muitos países , algumas lições poderiam ter sido aplicadas. Porém, políticos picaretas, oportunistas e inescrupulosos, para não cancelar o carnaval, p.ex., afirmaram, em alto e bom tom, que o vírus não resistiria ao nosso clima quente. Quando o vírus se espalhou, o Ministro da Saúde recomendou só procurar tratamento se houvesse falta de ar. Ora, nesse estágio os pulmões já estavam comprometidos.
No início, foi justificável o lockdown para se compreender melhor como a população brasileira reagiria ao vírus. Também para que hospitais se preparassem para receber os pacientes infectados. Quando se constatou que pessoas idosas e portadoras de comorbidades (obesidade, insuficiência renal, cardiopatias, diabetes, Parkinson, Alzheimer, etc) eram mais susceptíveis ao vírus, poderia, naquela altura, ter sido feita uma flexibilização e uma campanha educativa para o isolamento vertical dos vulneráveis. Porém, defensores do caos e do quanto pior melhor, políticos desejosos de que a economia do País entrasse em colapso e isso fosse debitado aos atuais governantes, viram aí uma chance de sucesso nas próximas eleições e defenderam arduamente a continuidade do lockdown. Com a desculpa de salvar vidas, a exterminação de empresas e de empregos passou a ser um fator irrelevante. Reinou e reina a incoerência: centenas de trabalhadores de setores essenciais ( hospitais, farmácias, supermercados, transportes, segurança, entregas, limpeza, entre outros) podem ser expostos. Tremenda irracionalidade: os trabalhadores dos setores essenciais são camicases? Os outros têm que ser protegidos? Por que o comércio não pôde funcionar? P.ex., o BH Mall adotava todos os cuidados, medindo a temperatura de todos, não permitindo a entrada sem máscara. Apesar disso, determinou-se o seu fechamento e de todo o comércio, só voltando a funcionar recentemente. Confirmou-se que não havia interesse de que a economia se recuperasse.
A vacina é a solução! Mas em 2020, não havia vacina. Por que não adotar o tratamento precoce? Poderiam ter salvo muitas pessoas. Uma dezena de meus familiares, por um descuido, foi infectada. Nos primeiros sintomas, foram tratados com os medicamentos que todos já sabem de cor, além de vitamina C, D, Zinco. Todos recuperados! Qual, então, a razão de especialistas da saúde e políticos abominarem o tratamento? As farmacêuticas estão tendo dos ganhos astronômicos no desenvolvimento de vacinas. Alguma conjectura?
Publicado na revista Viver Brasil, edição digital, nº 241