Após ter gerido três grandes organizações bem-sucedidas, muitas pessoas me perguntam sobre quais são os principais atributos de um bom executivo. Existem requisitos essenciais: 1) Deve ser ético. Vivenciar os princípios universais da ética é fundamental, porém não garante que a pessoa seja uma exímia produtora de resultados. Neste tópico, o executivo deve ter um senso acurado do que é HONESTIDADE, um conceito muito abrangente. Não se trata apenas de cumprir o mandamento “não roubar”. É preciso ser LEAL às pessoas que o cercam, que o ajudam nas tarefas e aos princípios da empresa; honrar os compromissos assumidos com colaboradores, fornecedores, acionistas, conselheiros; zelar pelo patrimônio da empresa. 2) Deve ter um perfeito entendimento dos objetivos da empresa. Não pode viver num emaranhado. Executivos medíocres, quase sempre, confundem os fins com os meios ou, então, dedicam-se a assuntos da sua preferência. Há outros que só cuidam do que, no pensamento deles, consideram como estratégico, quando é preciso cuidar do todo. Particularmente, fui muitas vezes considerado como centralizador. Negativo, delegava! Por ter visão do todo, era um ferrenho cobrador dos resultados. 3)Deve ser um excelente BATEDOR DE METAS, no seu nível, amparado pelos conhecimentos de gestão. Precisa saber definir o que é um problema (mau resultado) ou especificar uma melhoria, estabelecer metas, determinar as causas que ocasionam o problema ou aquelas que conduzam à melhoria, priorizá-las, elaborar um plano de ação robusto e gerenciá-lo ferrenhamente. 4) Deve ter OLHO NO CAIXA! Uma regra tão simples, mas raramente observada. Normalmente, em qualquer negócio, as margens são reduzidas. É preciso programar, com cautela, os investimentos; não há espaço para gastanças. O executivo deve ter um controle muito rígido de despesas/custos, VIDA ESPARTANA, para não corroer a saúde financeira da empresa. Isto é importante, pois, normalmente, observa-se um grande desperdício nas organizações. É básico que o executivo seja um exemplo para todos. É impensável que ele tenha um padrão diferente com relação a seus colaboradores, v.g., nas viagens a trabalho, hospedar-se em hotéis luxuosos, enquanto aos colaboradores são indicados hotéis mais espartanos. Neste quesito, olho no caixa, fui implacável pois sempre conseguimos, com adesão de todos, superávits significativos nas entidades em que atuamos. Os outros itens assinalados são também resultado da vivência do dia a dia.
PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO No. 200