Ser experiente e honesto, controlador dos gastos públicos e crer em Deus são os principais requisitos desejados para o novo presidente do País, foi o que indicou a recente pesquisa CNI/IBOPE. Assisti a uma palestra do Gov. Geraldo Alckmin, sem expectativa favorável, e agora vejo que ele preenche algumas demandas da pesquisa. Não tenho notícia de que esteja envolvido neste lodaçal, em que a maioria dos políticos brasileiros se encontra. É experiente, tendo sido vereador e prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual e governador de SP por 4 mandatos. Não iria tão longe, se não tivesse méritos, principalmente quando se leva em conta que os eleitores paulistas são mais exigentes. É cristão, católico praticante.
Nessa crise recente, houve generalizada queda de arrecadação. Porém, o governador reduziu despesas, de modo que sempre ficaram abaixo da arrecadação de tributos. Diferentemente dos estados do RJ, MG e RS que pagam o preço por administrações temerárias. O RJ é o pior, caótico, sendo um ex-governador campeão de condenações por corrupção. E esses estados têm economias diversificadas e de elevado potencial, indicando que a atual situação é produto de administrações incompetentes e/ou negligentes, que não respeitam a LRF. O mérito de Alckmin fica patente quando se reconhece que SP é muito demandado por educação, saúde, segurança, etc, por uma população de 45 milhões, que recebe muitos imigrantes e migrantes brasileiros. O Estado é grande arrecadador de tributos federais, que depois irrigam, em parte, outros municípios. Se fosse independente, certamente seria um país hiperdesenvolvido. Na palestra, um dado que causou impacto foi a taxa de homicídios/ 100.000 habitantes de SP: 8,02, em 2017. A taxa brasileira sem SP é de 39, considerada endêmica, e a de Sergipe é de 64, p.ex. Alckmin, para vir a ser vitorioso, terá que falar com veemência sobre todos os números de SP. Na palestra, os apresentou en passant, sem muito destaque para a área da segurança, v.g. Na realidade, é importante relatar o trabalho na área, de forma detalhada e didática, como exemplo para o País. Certamente, é a nossa questão mais crítica no momento. Além disso, terá que demonstrar que conhece gestão: saber identificar os problemas e sua causas, montar os planos de ação para bloqueá-las e gerenciar ferrenhamente para obter os resultados. Afinal, governar SP deve ser fácil, o Brasil são outros quinhentos.
PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO No. 208