Não seria fácil, mas não pensei que seria tão difícil  começar a governar. Se houvesse um Partido majoritário forte , com orientações bem definidas, como nos USA e Reino Unido,  seria mais fácil chegar a um consenso e entrosar a equipe. Dificultando as coisas, o governo parece ainda estar no palanque, enfatizando principalmente  condutas e costumes desregrados de parte da sociedade. É claro que comportamentos aceitáveis têm que ser buscados, com sabedoria, sem despertar a fúria das pessoas ditas progressistas, já que os fatos têm dupla interpretação, conforme seja aseitadestas pessoas. Por outro lado, a oposição  aproveita-se de qualquer manifestação para emitir levianos pareceres, torcendo pelo fracasso. E a mídia, aparelhada, decadente e falida, sem a publicidade governamental, tudo repercute de forma negativa: é uma estratégia manjada de forçar o retorno das verbas publicitárias. Por ora, seria sábio evitar polêmicas e não dispersar energia. Bons projetos existem, mas é preciso priorizá-los e focar, para valer, na sua execução.

Se houvesse o mínimo de conhecimento  de gestão, os dirigentes estariam todos dedicados a resolver problemas. Como se sabe, um problema é um resultado indesejável. O Brasil é um problemagigantesco, pois os seus resultados são péssimos. 

Felizmente, o Princípio de Pareto estabelece que em problema as causas fundamentais são poucas e muitas triviais (Vital few and trivial many).  Ora, sabemos que o ajuste fiscal e a segurança pública são causas que impactam pesadamente no desempenho do País. O ataque a estas causas é crucial para suscitar a confiança internacional, de forma a contarmos com investimentos externos. É preciso garantir que o Brasil não vai falir e que se pode viver aqui com relativa segurança. Não temos poupança interna: sem os investimentos, não vamos a nenhum lugar. Como atacar as  causas que dependem crucialmente do crescimento econômico? Como combater o desemprego sem oportunidades de trabalho? 

Isto posto, todos deveriam estar comprometidos, de corpo e alma, patrioticamente,  com a aprovação da reforma da Previdência e do Projeto Anticrime. Haveria, então, condições para  implementar o restante da agenda do Ministro Paulo Guedes. Certamente,  o País entraria num círculo de crescimento de duração de, pelo menos, dez anos. Seria um boomno estilo chinês. Evidentemente, a proposta do Ministro Moro tem que ser aprovada para fortalecer o combate ao crime e evitar, entre outras, decisões judiciais urdidas para brindar a corrupção, como a recente do STF.

PUBLICADO NA REVISTA VIVER BRASIL, EDIÇÃO 220