Autor: José Martins de Godoy

Qualidades do líder

Gerenciar é atingir metas. É também resolver problemas, entendendo-se como problema o mau resultado obtido na condução de uma atividade-fim.  O método e ferramentas para atingi-las fogem ao escopo deste artigo por se tratar de assunto de cunho mais técnico. Para atingir metas é fundamental que exista liderança. Ao consultar livros de administração, verifica-se que o líder deve ter grande número de qualidades.  São tantas que é difícil encontrar pessoas com todas elas, razão pela qual existem poucos líderes capazes de preencher o amplo espectro de conhecimentos, competências e habilidades desejados. Conquanto seja possível formar líderes, martelando requisitos para a prática satisfatória da liderança, algumas qualidades são inatas.  Outras, como o caráter, são trazidas do berço, adquiridas na juventude em ambiente de convivência fraterna no lar e   outros espaços  saudáveis de interação.  Saliento algumas qualidades do líder. Ter profundo respeito pelo ser humano, capacidade de congregar pessoas e motivá-las para atingir os fins nobres desejados. Também a humildade é uma virtude a ser cultivada (humildade vem do latim humus, de onde também deriva o homem. Remete-nos à lembrança de que ao pó voltaremos).  Também ressalto que bons líderes são éticos.  Valores universais como a honestidade, lealdade, amor ao próximo, apreço pela verdade, entre outros, são práticas  constates na vida dessas pessoas. Além disso, segundo Manfred Kets de Vris, considerado um dos principais pensadores das áreas de liderança e RH,...

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Um puxão de orelha do Dr. Deming

No projeto contratado pelo Governo Brasileiro à FCO-Fundação Christiano Ottoni/UFMG, para desenvolvimento de um Curso Padrão em Qualidade e Produtividade, havia recursos para pesquisa e participação em cursos e seminários no exterior. Fomos aos Estados Unidos, o Prof. Carlos Bottrel e eu, para participar do Seminário do Prof. W. Edwards Deming, realizado em Dallas, em 1986. Dr. Deming (1900-1993) foi um estatístico, professor, escritor consagrado e consultor americano. Trabalhou com Walter A. Shewhart (1891-1967), que é conhecido pelo desenvolvimento do controle estatístico de processos e precursor do ciclo PDCA. Shewhart, juntamente com Deming, Joseph Juran e Peter Drucker são os verdadeiros “gurus” da administração. Tudo que vem depois decorre deles. Após a II Guerra Mundial, a partir de 1950, Dr. Deming participou do esforço de reconstrução do Japão, como assistente do Comando Supremo das Forças Aliadas. Pessoa muito afável, cativante, carismática, ensinou a altos executivos japoneses  métodos para melhoria da qualidade e da produtividade, principalmente métodos estatísticos. Também difundiu a executivos os seus 14 Princípios da Administração para a melhoria das empresas. Apesar de ser considerado um herói japonês, só foi reconhecido nos Estados Unidos nos últimos anos da sua vida. O seminário  tinha a duração de 5 dias, de 2ª. a 6ª. feira, com aulas e exercícios e  imersão total. No quarto dia, já estávamos bastante cansados. Durante uma sessão de exercícios à noite, resolvemos da uma espairecida...

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Sentimento de menos valia

O Brasil segue sendo a 7ª economia do mundo. Todavia, alguns dos nossos indicadores como IDH (79º), teste do Pisa (55º em leitura), qualidade de internet (90ª), por exemplo, deixam muito a desejar. Ainda assim, seria de se supor que pessoas de países com os quais mantemos maior intercâmbio conhecessem um pouco mais de nossas coisas. Ao contrário, são desinformadas. Há alguns anos, isto era compreensível. Quando fiz pós-graduação na Noruega, era questionado sobre matança de índios, favelas, pobreza. Aqui era a terra do futebol e Carnaval, disso sabiam. Tinha que levar numa boa. Lá estava como subdesenvolvido, bolsista de uma agência norueguesa dedicada ao desenvolvimento internacional. Algum tempo depois, já na UFMG, como coordenador da pós-graduação em metalurgia, apresentamos projeto à ONU para ter um expert sueco em processos especiais de fabricação de aço. Selecionamos o especialista entre 3 que se candidataram e tivemos todo o cuidado de informar o estágio em que se encontrava o nosso programa. Já tínhamos o mestrado funcionando há bem tempo, inclusive com a produção de muitas teses e artigos publicados, e os docentes eram, na sua maioria, portadores do título de Ph.D, obtidos em vários países. Parece que a pessoa não acreditou no nosso relato. As aulas que começou a ministrar se referiam a conceitos básicos de termodinâmica, os quais eram dominados pelos mestrandos desde o curso de graduação. Tive que paralisar...

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Empreender, atividade de risco

O governo FHC, conduzindo com firmeza projeto bem estruturado, deu uma arrumada na casa e estabilizou a moeda. Seguindo os mesmos fundamentos econômicos, Lula nadou de braçada e aproveitou o boom internacional que durou 6 anos, capitaneado pela China. Nunca se venderam tantas commodities a preços elevados, conseguindo-se um caixa significativo. Porém não aproveitou o período de bonança para trabalhar itens importantes, como a infraestrutura. Depois de 2008, as condições econômicas vêm degenerando. A nossa indústria tornou-se não competitiva, a produção está em queda e o desemprego bate às portas. Resta ao país a exportação de commodities, cujos preços estão muito baixos. A exportação de grãos é tarefa hercúlea, pois o escoamento da produção encontra sérios obstáculos devido a péssimas rodovias e portos deficientes. A presidente diz que, nos últimos 6 anos, fez-se o possível para garantir emprego e renda. Não creio que tenha esgotado as medidas, como a redução dos gastos do governo, por exemplo, principalmente no último ano, em que não se produziu superávit primário. Depois de um estelionato eleitoral, tem-se um país com corrupção endêmica, infraestrutura sofrível, burocracia sufocante, educação e saúde abaixo da crítica, falta de segurança (inclusive jurídica), criminalidade em alta. O sistema tributário brasileiro é um verdadeiro labirinto, o que leva as empresas a gastar significativas somas só para entendê-lo. Os tributos são elevados e incompatíveis com a qualidade dos serviços públicos prestados. Adicionalmente,...

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Tempo de Carnaval

O Carnaval é um excelente período para quem não gosta desse acontecimento. Em BH, existia relativa calmaria, quebrada agora por desfiles de blocos no centro da cidade, vindos de alguns bairros. Felizmente, no Belvedere, o silêncio e a quietude trouxeram paz à mente. Ruas vazias, poucos carros, menos pessoas a caminhar no calçadão da lagoa seca. Só saí de casa no domingo para ir à missa. Como vejo noticiários, foi impossível ignorar desfiles de escolas de samba, bombardeado por notícias desses eventos. Há muitos anos vi, pela televisão, desfile inteiro de uma escola para me inteirar do que se tratava. Hoje adoto o lema: quem viu um, viu todos. Às vezes, perguntam-me se eu assistiria presencialmente a um desfile. Resposta negativa. Existe aquela máxima de que quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé. Nem uma coisa, nem outra. Até que provem o contrário, a cabeça é boa e não há nada de errado com os pés. Joguei futebol durante muitos anos e hoje faço longas caminhadas. Nada de errado com o samba; não gosto da atmosfera permissiva que permeia o Carnaval. Todavia, é forçoso admitir que existe forte esquema de gestão nas escolas de samba. Deve haver objetivos bem definidos, planejamento perfeito, com metas, planos de ação, ferrenho acompanhamento da execução das ações, quesitos indispensáveis à obtenção dos resultados...

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