Autor: Godoy

APRENDENDO A GERENCIAR

Pelo dia dos pais: Meu pai era uma pessoa à frente do seu tempo. Sabiamente, apesar de eu ser o filho mais velho, encaminhou as filhas para estudar antes de mim.  Com dificuldades financeiras e tantas coisas a fazer, permaneci na fazenda até quase completar 15 anos e comecei a ajudar nos afazeres com cerca de 8 anos.   Meu pai era um grande gestor e percebeu que, mesmo na fazenda, eu deveria desenvolver muitas habilidades. Então, prescreveu um leque amplo de atividades, com uma agenda bem definida: preparar comida para os porcos, atender no armazém, organizar o manejo de pastos para gado, entre outras. Nos intervalos, tinha que estudar, autodidaticamente, as matérias de admissão ao ginásio. Havia também no programa diário um jogo de futebol de 35 min. Ao cair da noite, as sagradas orações diárias.  Ele era também um rígido cobrador das tarefas. Qualquer anomalia tinha que ser corrigida imediatamente. Lembro-me de ter que buscar um gado às 2 horas da manhã, por estar no pasto não previsto.  Isso foi muito importante para o meu futuro como administrador: aprendi a ter visão global das coisas, não negligenciar atividades, conduzi-las todas de acordo com o estabelecido (isso faz com que se adquira a habilidade multitarefas – há pessoas que só conseguem cuidar de uma coisa por vez; são as chamadas de “one-track mind”-), a ter responsabilidade pelas obrigações. Há...

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UM EXECUTIVO HONESTO

Após ter gerido três grandes organizações bem-sucedidas, muitas pessoas me perguntam sobre quais são os principais atributos de um bom executivo. Existem requisitos essenciais: 1) Deve ser ético. Vivenciar os princípios universais da ética é fundamental, porém não garante que a pessoa seja uma exímia produtora de resultados.  Neste tópico, o executivo deve ter um senso acurado do que é HONESTIDADE, um conceito muito abrangente. Não se trata apenas de cumprir o mandamento “não roubar”. É preciso ser LEAL às pessoas que o cercam, que o ajudam nas tarefas e aos princípios da empresa; honrar os compromissos assumidos com colaboradores, fornecedores, acionistas, conselheiros; zelar pelo patrimônio da empresa. 2) Deve ter um perfeito entendimento dos objetivos da empresa. Não pode viver num emaranhado. Executivos medíocres, quase sempre, confundem os fins com os meios ou, então, dedicam-se a assuntos da sua preferência.  Há outros que só cuidam do que, no pensamento deles, consideram como estratégico, quando é preciso cuidar do todo. Particularmente, fui muitas vezes considerado como centralizador. Negativo, delegava! Por ter visão do todo, era um ferrenho cobrador dos resultados. 3)Deve ser um excelente BATEDOR DE METAS, no seu nível, amparado pelos conhecimentos de gestão. Precisa saber definir o que é um problema (mau resultado) ou especificar uma melhoria, estabelecer metas, determinar as causas que ocasionam o problema ou aquelas que conduzam à melhoria, priorizá-las, elaborar um plano de...

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BRASÍLIA, QUE LÁSTIMA

Consta que o berço da corrupção em escala maior foi na construção de Brasília. Iniciou-se um grande número de pessoas nessa prática nociva à Nação. A partir daí,  pelo isolamento dos grandes centros, a Capital tornou-se o local propício para os conchavos, maquinações, planejamento de ações deletérias. A corrupção evoluiu e  alcançou vulto impensável. Existe um clima que parece facilitar essas estratégias. Aonde quer se se vá, encontram-se pessoas dos três poderes e agentes da iniciativa privada. Então, as oportunidades imperdíveis acabam sendo postas em prática, devido àquela máxima  de que a “ocasião é que faz o ladrão”.  O período de estada de muitas pessoas na  Capital é transitório ( como tudo na vida), o que  induz a aproveitar o tempo, tirando o máximo  desse período  que  pode ser curto. É claro que para alguns tem durado muito. Cidadãos que só foram políticos na vida são grandes fortunas. Como pode isso? Além disso, há os projetos de poder como o do PT, cuja duração seria de pelo menos 20 anos. Deu no que deu, em termos de corrupção desenfreada, nunca antes observada neste País. Para mim, Brasília não deu certo. É uma caixa preta. O cidadão distante, mesmo tentando ficar bem informado, não sabe o que acontece. Analisemos o presente. O Governo Temer está muito longe daquilo que se poderia esperar. A equipe econômica é de boa qualidade e está...

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VIVER LONGE DOS IRMÃOS

Dedico de 4 a 5 horas por dia à leitura. Começo com a Liturgia Diária e o seu envio,  por e-mail, a familiares e amigos, totalizando 72 pessoas. Depois a correspondência, seguindo-se as notícias, artigos técnicos, entre outros. Tenho também lido sobre a vida  de santos: São Bento, Santo Inácio de Loyola, Padre Pio de Pietrelcina, Santa Teresa de Jesus( de Ávila), São João da Cruz, foram os últimos. Faço algumas palavras cruzadas para exercitar a mente. Tenho que aproveitar bem o tempo, pois preciso dedicar-me também  às organizações de que participo: Instituto Aquila, Fundação de Desenvolvimento Gerencial, Fazenda São José, e aconselhar a duas outras instituições. Ah, tenho também que escrever artigos, rever apresentações, o blog, etc. Isto posto, digo que não me sobra muito tempo;  não consigo ler tudo que me aparece e mesmo garimpar leituras importantes. Mas conto com ajuda de amigos e familiares que me indicam material de leitura. Veja abaixo o que me indicou a minha irmã, Ana Godoy. Reproduzo o texto de RUTH MANUS. Achei interessante, mas faço um correção: na minha família, com 5 irmãs e 6 irmãos, a interação era bem cordata, sem disputas. Também, morando numa fazenda, havia muito espaço e muita coisa a fazer, para todos os gostos. Os irmãos disputavam somente a bola nas “peladas” de fim de tarde.   Viver longe dos irmão é viver longe de nós...

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ESQUEÇAMOS BRASÍLIA: AO TRABALH0

    No penúltimo artigo, afirmei que tinha atingido o limite da paciência. Todavia, neste quesito, o limite do brasileiro tem que ser elástico. A situação só piora e o País parece derreter. Debitei ao foro privilegiado as mazelas que vêm nos assolando. Tinha a expectativa de que fosse derrogado pelo Congresso.  No Senado, em 2a. votação, a PEC proposta originalmente foi desfigurada.  Os “ nossos representantes” querem mesmo o salvo conduto para delinquir, amparados na morosidade da 3a. Instância. Na Câmara, tudo indica que o foro terá o mesmo desfecho.  Nenhum parlamentar será preso, em vista da manutenção dos privilégios. Recentemente, com a delação de executivos da JBS, ficou demonstrado que não há exceção, a maioria encontra-se na vala comum. Tomaram o País de assalto! Agora não dá para diferenciar este ou aquele Partido. É tudo igual. O espírito público e a lisura nos procedimentos são retórica de discursos. Revisitando pronunciamentos de envolvidos, integrantes do alto escalão da República (defendendo o combate à corrupção, conchavos e fazendo apologia à honestidade), constata-se a desfaçatez   dessas pessoas. O interessante é que todos os mencionados em delações negam peremptoriamente, na maior cara de pau, qualquer participação nos fatos narrados, dizendo que são ilações, mentiras, a fim de que os delatores tenham penas reduzidas. Como a rapinagem foi generalizada, articula-se um “Acordão” para proteger a corja, inclusive sufocando a operação Lava-Jato. Se...

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