MEUS OITO ANOS
Gosto dos tempos presentes. A modernidade tem seu imenso valor. E pensar que ficava 6 meses sem comunicação com a família que morava a incríveis 276 km distante de Belo Horizonte. Isto no final da década de 1950 e inicio dos anos 60. Só por carta ou telegrama ( em alguma emergência) conseguia mandar notícias e ter as respostas de volta. Ou então, a visita de algum parente ou amigo. Parece brincadeira falar daquele passado não tão distante. Acho que ninguém pensaria que as comunicações pudessem ter o avanço dos dias atuais. Agregue-se a isso todo o progresso que se deu em todas as áreas. Mas falar da infância tem seu sabor. A minha foi ótima. Inesquecível. Em muitos detalhes parecida com a linda poesia de Casemiro de Abreu. Dos meus tempos de estudo da Literatura Portuguesa, reproduzo umas das mais lindas páginas do poeta: Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! — Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é — lago sereno, O céu — um manto azulado, O mundo — um sonho dourado, A vida — um hino d’amor! Que aurora, que sol, que vida,...
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